AS CORES DO CÉU - INTRODUÇÃO
APRESENTO-LHES AQUI A INTRODUÇÃO DE UM NOVO CONTO... AS CORES DO CÉU.
Este é mais um dos meus devaneios. Quando se quer ser um escritor conhecido, devanear á mais do que necessário... Espero que gostem, critiquem e comentem algo... Boa leitura. Logo estarei publicando o conto em si - que está em fase final, ou seja, correção e acabamentos...
AS CORES DO CÉU - INTRODUÇÃO
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Não fosse a
sabedoria do ser humano, sua evolução, seus conhecimentos e principalmente a
aplicabilidade destes, principalmente na área de tecnologia, como faríamos para
transmitirmos todas as informações que nos são essenciais? Sim, porque o mundo
como vemos hoje só é possível graças à nossa capacidade de trocarmos tantos
dados – e em tempo real. Grande parte das sociedades simplesmente não saberia viver
incomunicável. Das crianças e adolescentes, cujas personalidades dependem
diretamente das redes sócias, aos adultos com seus celulares e computadores,
todos pereceriam num atroz e entediante isolamento. Afinal, quanto tempo você
consegue ficar incomunicável? Sem nenhuma interação tecnológica? Quanto tempo
você aguenta tendo como companhia apenas você mesmo?
Quando digo
interação, incluo aqui também as comunicações unilaterais, as de
“um-para-muitos” – rádio, TV e todas aquelas que somente elas “falam” conosco.
Sim, há interatividade quando choramos em frente às novelas, quando torcemos
pelo nosso time com o radinho grudado ao ouvido ou quando simplesmente nos questionamos
por que diabos estamos ainda assistindo aquele horrível programa de auditório.
Você pode até
pensar que exagero, pois náufragos podem ficar dias à deriva, verdadeiramente
incomunicáveis e sim sobrevivem. Mas aí não vale, pois enquanto boiam, seus
cérebros estão ocupados demais tentando descobrir como sobreviver. Mas, ficar
sozinho, ali, consigo mesmo e mais ninguém, causa arrepios na maioria das
pessoas. Talvez por estas não aceitarem com quem acabam se confrontando em tais
situações.
Imagine se nós,
humanos, não tivéssemos juntado e cruzado tudo o que descobrimos e aprendemos
na matemática, na física e na química (as mais terríveis e assustadoras
disciplinas da escola) e, assim, desenvolvido todo o nosso atual sistema
computacional - e principalmente o de telecomunicações. Como então faríamos
para transmitirmos nossas preciosas informações?
Pombos-correio
talvez fossem a solução, pois estes foram um dos primeiros meios de comunicação
usados por nós. Mas, com o grande volume de dados que necessitamos hoje,
usarmos esses bichos deixaria nosso mundo, digamos, diferente. Imagine você, na
hora de ter que transmitir seus dados, encaminhar-se até a “gaiolinha” do seu
pombo e, após amarrar a mensagem nele (o cheiro de penas nunca mais sairá de
seus dedos), ir até a janela, abri-la e soltar a ave... e então lembrar que
faltou uma parte da informação...
Visualize
agora, no mínimo, um pombo por cada ser humano na terra. Isso sem falar nas
empresas, verdadeiros monstros transmissores de dados. Seriam necessárias quantas
aves? A procura, enorme, geraria uma oferta maior ainda. Teríamos à nossa
disposição marcas, cores e modelos de pombos distintos - baseados em na autonomia
de voo, nas cores, formatos do bico, asas, enfim, uma gama de opções para cada
necessidade.
Como
consequência, nosso mundo seria fétido e oxidado, tamanha quantidade de fezes
(novas e petrificadas) a emoldurar nossa paisagem. Se não percebe o que quero
dizer, olhe por um instante aquelas “coisas” esquisitas e duras que sempre
adornam os bancos das praças nas grandes cidades... Talvez nem mais o céu
pudesse mais ser visto, devido ao transito constante desses pássaros. Seu azul seria
substituído por uma massa de cores alternadas: branco, marrom, preta ou quem
sabe todas as cores, pois certamente muitos pombos seriam pintados para uma
melhor identificação – ou talvez até simples propagandas. Isso tudo sem citar
as constantes chuvas de pena e merda: simplesmente impossível transitar pelas
ruas. Olhar para cima então, nem pensar!
Outro problema
seria a fragilidade desse sistema comunicativo. Lógico que os pombos não
estariam mais categorizados como animais. Seriam eles definidos como Dispositivos de Comunicação Bilaterais,
e o conjunto destes, Meio de Transmissão.
E a principal ameaça a esse sistema seriam os gatos e outros predadores
naturais – agora então classificados como Bloqueadores
ou Barreiras Naturais de Comunicação. Sim,
pois estes poderiam impedir totalmente a troca de informações: ao assassinarem
os pombos, causariam o rompimento da comunicação em si. Ou causar
interferências ou ruídos resultantes das perseguições, onde o pombo, ao final,
ou retardaria muito a entrega dos dados (tornando-os obsoletos) ou, perdendo
seus sentidos e/ou asas, chegaria com apenas parte da mensagem. Para impedir
tais problemas, todos os gatos (e demais predadores) deveriam ser simplesmente
eliminados em sua totalidade. Não...!!! Não dá pra imaginarmos um mundo sem esses
belos e temperamentais bichanos! Pobres ratos, devem ter ficado empolgados com
a ideia...
Então nosso
desenvolvimento tecnológico, além de nos permitir uma comunicação segura e
eficiente, garantiu também a sobrevivência dos gatos (e outros predadores),
além da permanência dos pombos no reino animal. Graças a nossa inteligência,
hoje os pombos são animais urbanos que habitam as praças e casarões abandonados
e antigos, diferenciando-se dos mendigos pela capacidade de voarem. Os pombos,
claro!
Em meu laptop
pesquiso diversos assuntos necessários aos meus escritos. Dados técnicos,
imagens, nomes e características de várias “coisas” que tento descrever como se
me fossem familiares, embora geralmente eu não tenha a menor ideia sobre estas.
Isto sem falar na constante pesquisa do tipo “como se escreve...” em relação a
algumas não poucas palavras (por que não me formei em Letras?). A cada pesquisa,
meu Modem envia minhas perguntas (requisições) ao mundo virtual e, num instante,
as respostas – nem sempre úteis – estão de volta, de algum lugar do espaço,
novamente ao Modem. Então estas, via Wi-Fi, percorrem o espaço pela casa à
minha procura, até me encontrarem em qualquer um dos cômodos daqui. Quase, pois
se eu estiver no banheiro, para conseguir acesso à internet tenho que estar em
uma posição “malabarística” (como um daquelas estátuas ridículas dos chafarizes
na ponta do pé), apontando o equipamento em direção ao lugar onde habitado pelo
Modem. Não, de maneira alguma reclamo desta particularidade, pois se usássemos
pombos, provavelmente eu não nunca conseguiria concluir meus escritos, tanto
tempo passaria tendo que interromper meu trabalho tendo que limpar a casa
constantemente dos resquícios fedorentos e penosos resultantes de cada acesso à
Web que fizesse. Agora chega de pombos!!!
A comunicação
a distancia, ao ultrapassar a fase dos sinais de fumaça (e a dos pombos-correio...),
ganhou, no telégrafo, seu grande e definitivo salto, por volta de 1900, quando
a transmissão dos sinais deixou de ser elétrica, passando a ser feita por ondas
de rádio. Ou seja, as palavras já não se moviam mais presas, dentro de fios
elétricos: simplesmente estas voavam soltas pelos ares.
Baseado na
energia eletromagnética, temos hoje um sem numero de ondas pairando ao nosso
redor, inclusive para além da atmosfera. Da televisão ao forno de micro-ondas,
tais ondas estão mais presentes em nossas vidas do que supomos.
Existe um mudo
paralelo ao nosso redor, intocável e imperceptível, repleto de frequências, vibrações
e energias. Como uma enorme teia de aranha ocupando o nada – justamente por não
poder ser vista. Vagam pelo ar ondas provenientes de rádios, satélites,
televisores, celulares e de muitas outras engenhocas. E, mais que estarem ao
nosso redor, elas simplesmente atravessam nossas casas, nossos cães e até
nossos corpos. E os dos pombos também (desculpem, não resisti!!!). Sim, quantas
vezes não somos atravessados por conversas estritamente pessoais de celulares
alheios, ou por e-mails altamente sigilosos? Talvez isto explique as frequentes
dores musculares que venho sentindo ultimamente – pensei até que estivesse
envelhecendo...
Tentar tornar
este mundo paralelo visível, isso sim pode ser um verdadeiro exercício de
loucura. Exatamente isso propus a meus alunos: imaginarem a visualização deste
mundo virtual das comunicações. Como seria se pudéssemos enxergar as
comunicações a nosso redor? O resultado foi deduzirem que, como surfista que
sou, fumo maconha (mesmo apesar de careca e avô), tamanha “viagem”!
Simplesmente lhes foi intangível. Da próxima vez lhes oferecerei um pensamento
baseado num Sistema de Comunicações por pombos-correio (...).
Se ficou
difícil imaginar o que propus anteriormente, então melhor pular esta introdução
e ir direto ao ponto, digo, ao conto em si. Pois agora vou piorar um pouco as
“cousas”.
As mensagens
que viajam por aí na WEB, geralmente não o fazem da forma tradicional como
conhecemos. Vamos tomar como exemplo um e-mail: após ser digitado, seu e-mail, quando
ser enviado, sai pelo Modem e, esquartejado em pequenos pedaços (de bits), ganha
os ares. Partes desconexas de um mesmo todo voando aleatoriamente, muitas vezes
seguindo caminhos distintos. E, por cada pedaço (pacote) conter cabeçalhos com
informações indicando quem/que parte/de onde/para onde, ao final eles conseguem
ser reagrupados no local de destino, exatamente na ordem inicial.
Esta foi
apenas uma explicação simplória. Agora, imagine toda a Internet funcionando:
requisições de endereços, de páginas; envio de formulários; trafego de arquivos
de imagens, sons, mulheres peladas, tudo isso (e muito mais) viajando
despedaçados, flutuando ao seu redor. Caso seu cérebro ainda não esteja
entupido, pense em quantas pessoas no mundo inteiro, neste exato momento, estão
se comunicando, além da Web, via Watsapp, Twitter, Instagram... Bem, realmente
isso tudo pode gerar algum enjoo ou tontura. Dados eletrônicos por todos os
lados...
Prega-se
oficialmente que existem níveis seguros da emissão de radiações não ionizantes
- de natureza eletromagnética com frequência igual ou menor que a da luz. São as
radiações usadas nas radiocomunicações em geral – rádio, TV, Wireless, etc. O
problema é que não existem pesquisas concretas que demonstrem os efeitos das
ondas emitidas por esses equipamentos, pois embora sejam radiações em níveis
mais baixos, são contínuos. Somos então cobaias de tecnologias que ainda não se
mostraram inócuas, segundo um conceituado professor da UFGRS (Rio Grande do
Sul). O órgão que determina quais são os padrões “adequados” para tais
radiações é o Icnirp (Comissão Internacional de Proteção Contra Radiações
Não-Ionizantes). Tais níveis são estabelecidos não baseados em estudos
epidemiológicos, mas sim levando em conta outros parâmetros, como custo,
benefício, eficiência e redução de custos. Ou seja: estudos econômicos, não
humanos.
Outros países
como Alemanha e Israel já pesquisam seriamente esse assunto. Aqui no Brasil,
estudos feitos sobre os efeitos da “Poluição Eletromagnética” já existem e
estão disponíveis na Internet. URGS, USP e outras são alguns exemplos de
instituições que se preocupam com isso. A UFMG (Universidade Federal de Minas
Gerais), por exemplo, baseada em geoprocessamento constatou incidências de
câncer próximo às antenas de celulares em Belo Horizonte. Aliás, mortes por
câncer.
Balela?
Lembre-se que nós, seres humanos, somos de natureza eletromagnética. Leves
correntes biológicas nos fazem funcionar. Nosso cérebro, afinal, comanda nosso
corpo por impulsos elétricos. E exatamente essa interação entre nossos
equilibrados campos elétricos e a poluição eletromagnética provoca alteração em
nossos campos biológicos.
Alguns estudos
(em sua maioria teses) alarmam sobre outros efeitos além do câncer nos seres
humanos, como leucemia, alterações no sistema reprodutivo e diversos danos ao
cérebro, como insônia, cansaço, nervosismo e muitos outros, podendo gerar
depressão e até suicídios. Isso sem
falar nos distúrbios gastrointestinais, reumatismo, problemas pulmonares e
cardíacos, distúrbios hormonais, fraqueza imunológica...
Lá vou eu de
novo: algumas espécies de aves, como o pombo-correio também sofrem com a
poluição eletromagnética. Sim, mais do que simples desemprego, estes agora têm
problemas com sua orientação. Estas aves sempre conseguem voltar para casa
orientados pelas ondas eletromagnéticas dos polos da terra. Regiões que
apresentam muitas antenas de telecomunicações dificultam suas orientações. É
comum em tais lugares encontrarmos pombos-correio perdidos nos centros das
grandes cidades. Desorientados, sem saber para onde irem...
Há uma teoria,
pouquíssimo conhecida, que afirma que o excesso das ondas eletromagnéticas pode
interferir também no meio ambiente. A teoria se baseia no principio básico que,
como tudo ao nosso redor, as energias eletromagnéticas são formadas por átomos
e moléculas específicos. Estes, ao interagirem com as moléculas e átomos que compõem
nossa atmosfera, nosso meio ambiente em si, acabam por interferir no equilíbrio
de tal composição. Não percebemos isso porque tudo ocorre a um nível ainda
desconhecido para nós. A interação altera o componente que compõe a base dos átomos,
a um nível “sub-sub-subatômico”. E tais mudanças seriam então as principais
responsáveis pelas mudanças climáticas no planeta, pois o ar, alterado, passa a
reagir de maneira anômala com os raios solares, também modificados. Num
equilíbrio totalmente desconhecido e desequilibrado.
Além dessas
mudanças, diz também tal teoria que nós mesmos, lenta e gradativamente estamos
sendo alterados em nossos compostos básicos. Expostos há tantos anos às
energias que nos rodeiam, e de forma tão frequente, diversas e desconhecidas alterações
já se manifestam em nós – e a nível genético. Caso consigamos sobreviver até
lá, serão percebidas, daqui a milhares de anos, mudanças nos seres humanos
simplesmente inimagináveis nos dias de hoje. Ao vencermos, naturalmente, as
implicações iniciais que hoje denominamos câncer (ou seriam os primeiros
efeitos colaterais) o resultado da união das energias em questão nos trará
algumas capacidades diferentes. Por questões de adaptação talvez, ou quem sabe
praticidade, seremos uma raça com possibilidades de captação, compreensão,
transmissão e até geração de energias semelhantes às magnéticas de hoje. A
adaptação talvez nos custe algumas reações, pois do mesmo modo que nossos
ancestrais perderam pelos, unhas e outras características, perderíamos talvez a
visão, a capacidade da fala, de nos relacionarmos. Quem sabe?
Somente os
mais fortes, os sobreviventes, chegarão a este estágio. E um novo Darwin então,
seja este real ou virtual, irá continuar a Teoria da Origem das Espécies.
Se você não
conhece a teoria de Darwin, meus pêsames... Agora, se nunca ouviu falar da
Teoria anterior, não se preocupe, você não é uma pessoa desinformada. É que (hoje),
30 de dezembro de 2014, deitado desconfortavelmente numa rede - por tentar exatamente
escrever este conto, “desenvolvi” sozinho esta Teoria. Claro, sem embasamento
ou estudo científico algum. Apenas especulações futuras. Que servirão para
desvendarem meu conto a seguir.
Agora, caso
exista mesmo tal Teoria, asseguro-lhes não se tratar de plágio. Posso provar
que meu Modem, na data em questão - e até hoje – não registra nenhuma incursão
à Web sobre este assunto. Além disso, mantenho sempre um fiel ritual ao
escrever: primeiro uso apenas papel a caneta para depois, ideias já definidas e
devidamente transformadas em garranchos, executar a parte mais infame do
trabalho – a digitação. Então fique tranquilo, não em relação à minha sanidade,
mas sim quanto à hipótese lançada sobre as consequências da Teoria, pois elas
têm grandes chances de nunca acontecerem.
Voltando ao
ponto inicial, como seria se pudéssemos ver, a olhos nus, toda essa comunicação
que nos rodeia, nos atravessa e nos polui dia após dia? Que cor ou aspecto
teriam? Como isso tudo seria percebido em nosso mundo já tão atribulado e
carregado, visualmente falando? Seriamos nos capazes de também interagirmos com
esses dados, compreendendo seus conteúdos de alguma forma? E como seriam
vistas, aceitas e julgadas em nossa sociedade, as primeiras pessoas com esse
novo “dom”?
Esta é então
sua ultima chance de desistir da leitura a seguir, pois ela trata exatamente
sobre isto: alguém que simplesmente podia ver o mundo exatamente como ele é:
rodeado de informações que se fundem ao ar que respiramos, num volume tão
grande que forma uma estrada sobre, sob e dentro de todos nós.
Seria um emaranhado de fios amarelos...
ResponderExcluirSim... cores? Talvez mais do que as imagináveis... estou no aparamento das arestas do conto já concluído. Tentando eliminar as "prolixidades" e devaneios a mais... Assim que concluir publico e te chamo... Tia Nika, sinceramente, está como? Ruim, interessante... dá vontade de ler o conto em si ou medo do que virá?
ResponderExcluirBeijão Avuelita...