...por anos era assim que eu acordava: 04 da manhã, lá estava "ieu" vivendo na minha velha e boa Ponta Negra (Natal/RN)!!

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Introdução de um novo conto

AS CORES DO CÉU - INTRODUÇÃO

APRESENTO-LHES AQUI A INTRODUÇÃO DE UM NOVO CONTO... AS CORES DO CÉU. 

Este é mais um dos meus devaneios. Quando se quer ser um escritor conhecido, devanear á mais do que necessário... Espero  que gostem, critiquem e comentem algo... Boa leitura. Logo estarei publicando o conto em si - que está em fase final, ou seja, correção e acabamentos...


AS CORES DO CÉU - INTRODUÇÃO
imagem de http://reflitasim.blogspot.com.br/2012/04/normal-0-21-false-false-false-pt-br-x.html

Não fosse a sabedoria do ser humano, sua evolução, seus conhecimentos e principalmente a aplicabilidade destes, principalmente na área de tecnologia, como faríamos para transmitirmos todas as informações que nos são essenciais? Sim, porque o mundo como vemos hoje só é possível graças à nossa capacidade de trocarmos tantos dados – e em tempo real. Grande parte das sociedades simplesmente não saberia viver incomunicável. Das crianças e adolescentes, cujas personalidades dependem diretamente das redes sócias, aos adultos com seus celulares e computadores, todos pereceriam num atroz e entediante isolamento. Afinal, quanto tempo você consegue ficar incomunicável? Sem nenhuma interação tecnológica? Quanto tempo você aguenta tendo como companhia apenas você mesmo?
Quando digo interação, incluo aqui também as comunicações unilaterais, as de “um-para-muitos” – rádio, TV e todas aquelas que somente elas “falam” conosco. Sim, há interatividade quando choramos em frente às novelas, quando torcemos pelo nosso time com o radinho grudado ao ouvido ou quando simplesmente nos questionamos por que diabos estamos ainda assistindo aquele horrível programa de auditório.
Você pode até pensar que exagero, pois náufragos podem ficar dias à deriva, verdadeiramente incomunicáveis e sim sobrevivem. Mas aí não vale, pois enquanto boiam, seus cérebros estão ocupados demais tentando descobrir como sobreviver. Mas, ficar sozinho, ali, consigo mesmo e mais ninguém, causa arrepios na maioria das pessoas. Talvez por estas não aceitarem com quem acabam se confrontando em tais situações.
Imagine se nós, humanos, não tivéssemos juntado e cruzado tudo o que descobrimos e aprendemos na matemática, na física e na química (as mais terríveis e assustadoras disciplinas da escola) e, assim, desenvolvido todo o nosso atual sistema computacional - e principalmente o de telecomunicações. Como então faríamos para transmitirmos nossas preciosas informações?
Pombos-correio talvez fossem a solução, pois estes foram um dos primeiros meios de comunicação usados por nós. Mas, com o grande volume de dados que necessitamos hoje, usarmos esses bichos deixaria nosso mundo, digamos, diferente. Imagine você, na hora de ter que transmitir seus dados, encaminhar-se até a “gaiolinha” do seu pombo e, após amarrar a mensagem nele (o cheiro de penas nunca mais sairá de seus dedos), ir até a janela, abri-la e soltar a ave... e então lembrar que faltou uma parte da informação...
Visualize agora, no mínimo, um pombo por cada ser humano na terra. Isso sem falar nas empresas, verdadeiros monstros transmissores de dados. Seriam necessárias quantas aves? A procura, enorme, geraria uma oferta maior ainda. Teríamos à nossa disposição marcas, cores e modelos de pombos distintos - baseados em na autonomia de voo, nas cores, formatos do bico, asas, enfim, uma gama de opções para cada necessidade.
Como consequência, nosso mundo seria fétido e oxidado, tamanha quantidade de fezes (novas e petrificadas) a emoldurar nossa paisagem. Se não percebe o que quero dizer, olhe por um instante aquelas “coisas” esquisitas e duras que sempre adornam os bancos das praças nas grandes cidades... Talvez nem mais o céu pudesse mais ser visto, devido ao transito constante desses pássaros. Seu azul seria substituído por uma massa de cores alternadas: branco, marrom, preta ou quem sabe todas as cores, pois certamente muitos pombos seriam pintados para uma melhor identificação – ou talvez até simples propagandas. Isso tudo sem citar as constantes chuvas de pena e merda: simplesmente impossível transitar pelas ruas. Olhar para cima então, nem pensar!
Outro problema seria a fragilidade desse sistema comunicativo. Lógico que os pombos não estariam mais categorizados como animais. Seriam eles definidos como Dispositivos de Comunicação Bilaterais, e o conjunto destes, Meio de Transmissão. E a principal ameaça a esse sistema seriam os gatos e outros predadores naturais – agora então classificados como Bloqueadores ou Barreiras Naturais de Comunicação. Sim, pois estes poderiam impedir totalmente a troca de informações: ao assassinarem os pombos, causariam o rompimento da comunicação em si. Ou causar interferências ou ruídos resultantes das perseguições, onde o pombo, ao final, ou retardaria muito a entrega dos dados (tornando-os obsoletos) ou, perdendo seus sentidos e/ou asas, chegaria com apenas parte da mensagem. Para impedir tais problemas, todos os gatos (e demais predadores) deveriam ser simplesmente eliminados em sua totalidade. Não...!!! Não dá pra imaginarmos um mundo sem esses belos e temperamentais bichanos! Pobres ratos, devem ter ficado empolgados com a ideia...
Então nosso desenvolvimento tecnológico, além de nos permitir uma comunicação segura e eficiente, garantiu também a sobrevivência dos gatos (e outros predadores), além da permanência dos pombos no reino animal. Graças a nossa inteligência, hoje os pombos são animais urbanos que habitam as praças e casarões abandonados e antigos, diferenciando-se dos mendigos pela capacidade de voarem. Os pombos, claro!

Em meu laptop pesquiso diversos assuntos necessários aos meus escritos. Dados técnicos, imagens, nomes e características de várias “coisas” que tento descrever como se me fossem familiares, embora geralmente eu não tenha a menor ideia sobre estas. Isto sem falar na constante pesquisa do tipo “como se escreve...” em relação a algumas não poucas palavras (por que não me formei em Letras?). A cada pesquisa, meu Modem envia minhas perguntas (requisições) ao mundo virtual e, num instante, as respostas – nem sempre úteis – estão de volta, de algum lugar do espaço, novamente ao Modem. Então estas, via Wi-Fi, percorrem o espaço pela casa à minha procura, até me encontrarem em qualquer um dos cômodos daqui. Quase, pois se eu estiver no banheiro, para conseguir acesso à internet tenho que estar em uma posição “malabarística” (como um daquelas estátuas ridículas dos chafarizes na ponta do pé), apontando o equipamento em direção ao lugar onde habitado pelo Modem. Não, de maneira alguma reclamo desta particularidade, pois se usássemos pombos, provavelmente eu não nunca conseguiria concluir meus escritos, tanto tempo passaria tendo que interromper meu trabalho tendo que limpar a casa constantemente dos resquícios fedorentos e penosos resultantes de cada acesso à Web que fizesse. Agora chega de pombos!!!

A comunicação a distancia, ao ultrapassar a fase dos sinais de fumaça (e a dos pombos-correio...), ganhou, no telégrafo, seu grande e definitivo salto, por volta de 1900, quando a transmissão dos sinais deixou de ser elétrica, passando a ser feita por ondas de rádio. Ou seja, as palavras já não se moviam mais presas, dentro de fios elétricos: simplesmente estas voavam soltas pelos ares.
Baseado na energia eletromagnética, temos hoje um sem numero de ondas pairando ao nosso redor, inclusive para além da atmosfera. Da televisão ao forno de micro-ondas, tais ondas estão mais presentes em nossas vidas do que supomos.
Existe um mudo paralelo ao nosso redor, intocável e imperceptível, repleto de frequências, vibrações e energias. Como uma enorme teia de aranha ocupando o nada – justamente por não poder ser vista. Vagam pelo ar ondas provenientes de rádios, satélites, televisores, celulares e de muitas outras engenhocas. E, mais que estarem ao nosso redor, elas simplesmente atravessam nossas casas, nossos cães e até nossos corpos. E os dos pombos também (desculpem, não resisti!!!). Sim, quantas vezes não somos atravessados por conversas estritamente pessoais de celulares alheios, ou por e-mails altamente sigilosos? Talvez isto explique as frequentes dores musculares que venho sentindo ultimamente – pensei até que estivesse envelhecendo...
Tentar tornar este mundo paralelo visível, isso sim pode ser um verdadeiro exercício de loucura. Exatamente isso propus a meus alunos: imaginarem a visualização deste mundo virtual das comunicações. Como seria se pudéssemos enxergar as comunicações a nosso redor? O resultado foi deduzirem que, como surfista que sou, fumo maconha (mesmo apesar de careca e avô), tamanha “viagem”! Simplesmente lhes foi intangível. Da próxima vez lhes oferecerei um pensamento baseado num Sistema de Comunicações por pombos-correio (...).
Se ficou difícil imaginar o que propus anteriormente, então melhor pular esta introdução e ir direto ao ponto, digo, ao conto em si. Pois agora vou piorar um pouco as “cousas”.
As mensagens que viajam por aí na WEB, geralmente não o fazem da forma tradicional como conhecemos. Vamos tomar como exemplo um e-mail: após ser digitado, seu e-mail, quando ser enviado, sai pelo Modem e, esquartejado em pequenos pedaços (de bits), ganha os ares. Partes desconexas de um mesmo todo voando aleatoriamente, muitas vezes seguindo caminhos distintos. E, por cada pedaço (pacote) conter cabeçalhos com informações indicando quem/que parte/de onde/para onde, ao final eles conseguem ser reagrupados no local de destino, exatamente na ordem inicial.
Esta foi apenas uma explicação simplória. Agora, imagine toda a Internet funcionando: requisições de endereços, de páginas; envio de formulários; trafego de arquivos de imagens, sons, mulheres peladas, tudo isso (e muito mais) viajando despedaçados, flutuando ao seu redor. Caso seu cérebro ainda não esteja entupido, pense em quantas pessoas no mundo inteiro, neste exato momento, estão se comunicando, além da Web, via Watsapp, Twitter, Instagram... Bem, realmente isso tudo pode gerar algum enjoo ou tontura. Dados eletrônicos por todos os lados...
Prega-se oficialmente que existem níveis seguros da emissão de radiações não ionizantes - de natureza eletromagnética com frequência igual ou menor que a da luz. São as radiações usadas nas radiocomunicações em geral – rádio, TV, Wireless, etc. O problema é que não existem pesquisas concretas que demonstrem os efeitos das ondas emitidas por esses equipamentos, pois embora sejam radiações em níveis mais baixos, são contínuos. Somos então cobaias de tecnologias que ainda não se mostraram inócuas, segundo um conceituado professor da UFGRS (Rio Grande do Sul). O órgão que determina quais são os padrões “adequados” para tais radiações é o Icnirp (Comissão Internacional de Proteção Contra Radiações Não-Ionizantes). Tais níveis são estabelecidos não baseados em estudos epidemiológicos, mas sim levando em conta outros parâmetros, como custo, benefício, eficiência e redução de custos. Ou seja: estudos econômicos, não humanos.
Outros países como Alemanha e Israel já pesquisam seriamente esse assunto. Aqui no Brasil, estudos feitos sobre os efeitos da “Poluição Eletromagnética” já existem e estão disponíveis na Internet. URGS, USP e outras são alguns exemplos de instituições que se preocupam com isso. A UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), por exemplo, baseada em geoprocessamento constatou incidências de câncer próximo às antenas de celulares em Belo Horizonte. Aliás, mortes por câncer.
Balela? Lembre-se que nós, seres humanos, somos de natureza eletromagnética. Leves correntes biológicas nos fazem funcionar. Nosso cérebro, afinal, comanda nosso corpo por impulsos elétricos. E exatamente essa interação entre nossos equilibrados campos elétricos e a poluição eletromagnética provoca alteração em nossos campos biológicos.
Alguns estudos (em sua maioria teses) alarmam sobre outros efeitos além do câncer nos seres humanos, como leucemia, alterações no sistema reprodutivo e diversos danos ao cérebro, como insônia, cansaço, nervosismo e muitos outros, podendo gerar depressão e até suicídios.  Isso sem falar nos distúrbios gastrointestinais, reumatismo, problemas pulmonares e cardíacos, distúrbios hormonais, fraqueza imunológica...
Lá vou eu de novo: algumas espécies de aves, como o pombo-correio também sofrem com a poluição eletromagnética. Sim, mais do que simples desemprego, estes agora têm problemas com sua orientação. Estas aves sempre conseguem voltar para casa orientados pelas ondas eletromagnéticas dos polos da terra. Regiões que apresentam muitas antenas de telecomunicações dificultam suas orientações. É comum em tais lugares encontrarmos pombos-correio perdidos nos centros das grandes cidades. Desorientados, sem saber para onde irem...
Há uma teoria, pouquíssimo conhecida, que afirma que o excesso das ondas eletromagnéticas pode interferir também no meio ambiente. A teoria se baseia no principio básico que, como tudo ao nosso redor, as energias eletromagnéticas são formadas por átomos e moléculas específicos. Estes, ao interagirem com as moléculas e átomos que compõem nossa atmosfera, nosso meio ambiente em si, acabam por interferir no equilíbrio de tal composição. Não percebemos isso porque tudo ocorre a um nível ainda desconhecido para nós. A interação altera o componente que compõe a base dos átomos, a um nível “sub-sub-subatômico”. E tais mudanças seriam então as principais responsáveis pelas mudanças climáticas no planeta, pois o ar, alterado, passa a reagir de maneira anômala com os raios solares, também modificados. Num equilíbrio totalmente desconhecido e desequilibrado.
Além dessas mudanças, diz também tal teoria que nós mesmos, lenta e gradativamente estamos sendo alterados em nossos compostos básicos. Expostos há tantos anos às energias que nos rodeiam, e de forma tão frequente, diversas e desconhecidas alterações já se manifestam em nós – e a nível genético. Caso consigamos sobreviver até lá, serão percebidas, daqui a milhares de anos, mudanças nos seres humanos simplesmente inimagináveis nos dias de hoje. Ao vencermos, naturalmente, as implicações iniciais que hoje denominamos câncer (ou seriam os primeiros efeitos colaterais) o resultado da união das energias em questão nos trará algumas capacidades diferentes. Por questões de adaptação talvez, ou quem sabe praticidade, seremos uma raça com possibilidades de captação, compreensão, transmissão e até geração de energias semelhantes às magnéticas de hoje. A adaptação talvez nos custe algumas reações, pois do mesmo modo que nossos ancestrais perderam pelos, unhas e outras características, perderíamos talvez a visão, a capacidade da fala, de nos relacionarmos. Quem sabe?
Somente os mais fortes, os sobreviventes, chegarão a este estágio. E um novo Darwin então, seja este real ou virtual, irá continuar a Teoria da Origem das Espécies.

Se você não conhece a teoria de Darwin, meus pêsames... Agora, se nunca ouviu falar da Teoria anterior, não se preocupe, você não é uma pessoa desinformada. É que (hoje), 30 de dezembro de 2014, deitado desconfortavelmente numa rede - por tentar exatamente escrever este conto, “desenvolvi” sozinho esta Teoria. Claro, sem embasamento ou estudo científico algum. Apenas especulações futuras. Que servirão para desvendarem meu conto a seguir.
Agora, caso exista mesmo tal Teoria, asseguro-lhes não se tratar de plágio. Posso provar que meu Modem, na data em questão - e até hoje – não registra nenhuma incursão à Web sobre este assunto. Além disso, mantenho sempre um fiel ritual ao escrever: primeiro uso apenas papel a caneta para depois, ideias já definidas e devidamente transformadas em garranchos, executar a parte mais infame do trabalho – a digitação. Então fique tranquilo, não em relação à minha sanidade, mas sim quanto à hipótese lançada sobre as consequências da Teoria, pois elas têm grandes chances de nunca acontecerem.

Voltando ao ponto inicial, como seria se pudéssemos ver, a olhos nus, toda essa comunicação que nos rodeia, nos atravessa e nos polui dia após dia? Que cor ou aspecto teriam? Como isso tudo seria percebido em nosso mundo já tão atribulado e carregado, visualmente falando? Seriamos nos capazes de também interagirmos com esses dados, compreendendo seus conteúdos de alguma forma? E como seriam vistas, aceitas e julgadas em nossa sociedade, as primeiras pessoas com esse novo “dom”?
Esta é então sua ultima chance de desistir da leitura a seguir, pois ela trata exatamente sobre isto: alguém que simplesmente podia ver o mundo exatamente como ele é: rodeado de informações que se fundem ao ar que respiramos, num volume tão grande que forma uma estrada sobre, sob e dentro de todos nós.